Minha opinião à ESPN brasileira

Caros Germán, José Trajano e Paulo Vinícius,

Antes de mais nada,quero me identificar. Tenho 31 anos, sou empresário, publicitário de formação, pós-graduado em psicologia, gaúcho e fã de esporte desde o princípio do discernimento. Morei na California, na Itália e na Inglaterra depois de adulto. Sou fã ardoroso de todo o mundo esportivo mundial, de imprensa e do mundo dos negócios que circunda todo esse "planeta".

Estou aqui para mostrar o meu descontentamento com os rumos que a ESPN, como líder natural para a difusão e profissionalização do esporte, principalmente em país tão desprovido de finanças e pessoas educadas, está tomando.

Acompanho a imprensa esportiva internacional com um olho apaixonado e com outro técnico e profundo à muitos anos e nunca presenciei um quadro tão preocupante no cenário brasileiro e aqui, especificamente dentro da "casa".

O fundo do poço e gatilho desse meu ato veio com duas matérias consecutivas apresentadas no Sportcenter dessa última segunda-feira. O que virou o SPORTCENTER (em capitulares e itálico) nesse país!? Vi cenas chocantes de terceiro mundo. Escutei trilha desesperadora acompanhando. Pessoas apavoradas invadiram minha sala de estar, histéricos despreparados gritavam frases sem nenhum sentido no meu televisor. Se eu estivesse desavisado teria certeza que estaria sintonizado na Rede Record ou em qualquer outro meio de comunicação que está na mão de inescrupulosos que faturam em cima do desespero de uma nação.

Na volta dessa matéria volta a câmera para cima de dois senhores nada atraentes e profundamente mal amados. Faziam uma novela de tudo aquilo que se passou e emitiam opiniões completamente vazias, despreparadas e pior: sem sentido algum de estar existindo. Eram diálogos longos, extensos e sem nenhum tipo de construção.

O meu choque foi logo após isso ambos noticiarem o caso de um torcedor morto em Minas Gerais. A câmera na seqüência abre com um monte de gente sofrida e pobre tendo ataques de pânico ao saberem da morte desse ente querido. Pra quê isso foi mostrado? Pra quê!? O que fazia gente de vocês filmando exatamente a hora que esses infelizes sabiam de tão trágica notícia! O que virou o Sportcenter?

Antero Greco e o "Amigão". Com todo respeito aos profissionais e boas pessoas que ambos o são, mas a dupla de apresentação nada mais é que versões menos inteligentes e mais polidas de Kajuru e Milton Neves, respectivamente.

Parem com esse "trololó". Não economizem em planejamento e profissionais pouco qualificados. Parem de debater. Tragam pessoas modernas e modelos de sucesso. Existe uma série de profissionais antigos que apesar das opiniões sempre inteligentes, sensatas, experientes - possivelmente as melhores de todo o "elenco", cito você mesmo Trajano e também o Calazans, mas começam a mostra momentos de senilidade. Claro que isso é muito pouco perto da incompetência e/ou falta de personalidade e opinião própria da maioria do "casting" (essas que na verdade deveriam ser profissionalmente omitidas ou irrelevantes).

Assistam exemplos fora do país. Coloquem-se na sua posição e aprendam! Na própria Argentina eles já fazem um esporte muitas vezes melhor. O Sportcenter lá é um espetáculo rápido, ágil e prático. Assim como é da natureza do próprio esporte. Invistam no seu novo público, no seu novo consumidor. Ele cresceu fazendo o esporte no videogame, antenado em tudo o que é praticados\ e vendido nos grandes e profissionais centros do mundo. Ele está conectado na internet e disperso em uma série de outras atividades. Você precisa que ele sintonize a ESPN! Você precisa!

Eu quero! Eu quero estar sintonizado na ESPN. Um veículo que joga toda a velha fórmula brasileira no lixo. Essa que insiste em ficar próxima a tantas décadas. Traz o novo, o ágil, o profissional e rápido. Joga a novela, as opiniões furadas e todas as piadinhas no lixo e decide entrar na nova década explodindo em competência e abertura massiva de mercado publicitário.

Saudações coloradas, e muito sucesso e muita luz nessa jornada. Estarei sempre olhando e torcendo, como um bom fã, por todos nós! Grandes abraços,